SUPERSTIÇÃO

Por vezes dizemos "Cruzes Canhoto". Mas será que alguém já pensou porque o dizem? Será que é por serem superticiosos? Afinal o que é a superstição?

O termo superstição usa-se frequentemente para designar determinadas «sobrevivências» etnológicas: folclore antigo, por vezes costumes e crenças semi-religiosas, geralmente consideradas infundadas ou irracionais, mas que assim mesmo teimosamente perduram na «era das luzes». ainda hoje encontramos, tanto entre gente culta como iletrada, pessoas que acreditam em determinados dias, gestos ou actos, objectos, numeros, etc., podem atrair sorte ou desgraça. A pata de coelho, a ferradura, o trevo de quatro folhas, continuam gozando da fama de infalíveis talismãs. Gato preto que por acaso se atravesse no caminho, passar por baixo de uma escada, acender três cigarros com o meumo fósforo, são outros tantos sinais de axar próximo. Quebrar um espelho traz sete anos de desgraça. Nos países anglo-saxónicos perdura o costume de, nos casamentos, lançar arroz sobre os noivos (sobrevivência, ao que parece, dos velhos rituais pagãos de fecundidade). A noiva deve ainda levar consigo «qualquer coisa velha, qualquer coisa nova» e ainda hoje atravessa a soleira da porta da casa nova, levada nos braços pelo marido. Brinca-se quase sempre quando se trata de números, mas muito boa gente teme e evita o sinistro 13. Uma sexta-feira qua caia em dia 13 é raramente escolhida para a realização de qualquer acto importante; em muitas casas evita-se cuidadosamente sentar 13 pessoas à mesa. Consequência ampliada no tempo e no espaço, de que o 13 dá azar é o facto de frequentemente se omitir esse numero na ordenação dos quartos ou pisos dos hotéis em alguns países, e até en certos prédios de escritórios.

Intimamente relacionados com as superstições estão muitos erros que se enraizaram na crendice popular e seus ditos e práticas. Assim, a tempestade azeda o leite, o porco-espinho lança deliberadamente as suas aguçadas farpas, os olhos dos gatos brilham no escuro, os homens gordos são alegres e tristes os magros, as avestruzes escondem a cabeça na areia, tocar nos sapos faz nascer verrugas e as ostras e os ovos são afrodisíacos. Muitas destas superstições assentavam em impecáveis raciocínios, se se admitisse, à partida, a crença em que se baseavam. Quando se acreditava que a imagem reflectida de alguém era parte do seu espírito, não admira que quebrar um espelho pressagiasse algo de muito sério.

A vida moderna não acabou com a superstição. Milhares de pessoas acreditam nas pseudociências; novas superstições estão constantemente a surgir, como, por exemplo a se que, em caso de queda, o lugar mais seguro num avião é a cauda.

A seguir, apresento-vos uma lista de superstições das quais muitos de vós, por certo, irão reconhecer. Inconscientemente, tentamos evitar algumas destas coisas:

• passar por baixo de uma escada
• um gato (preto ou não) atravessar-lhes no caminho
• sair de casa á meia-noite e/ou ao meio-dia
• comer com 13 pessoas á mesa
• ter gavetas abertas
• ter tesouras abertas
• por um chapéu em cima da cama
• por dinheiro em cima da cama
• cruzar facas
• levantar para o lado esquerdo da cama
• partir um espelho
• ter um quadro ou moldura torto
• oferecer uma faca ou um lenço a uma pessoa amiga
  

Ironia ou coincidencia, esta lista tem precisamente 13 itens.

Jinhos e Mimos